Dia Mundial da Tuberculose (43 casos registados em Mafra entre 2018 e 2022)
O Dia Mundial da Tuberculose assinala-se, anualmente, a 24 de março.
A 24 de março de 1882, Robert Koch anuncia ter descoberto a bactéria que causa a tuberculose, descoberta que abriu o caminho para o diagnóstico e cura desta doença.
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) afirma que a tuberculose continua a ser uma das doenças infeciosas mais relevantes no panorama mundial (embora seja uma doença evitável, tratável e curável).
Para este dia, a SPP deixa o desafio: “A tuberculose ainda existe em Portugal. Junte-se à luta pela erradicação. Faça a diferença!”.
O Relatório de Vigilância e Monitorização da Tuberculose em Portugal revela que a tuberculose afeta sobretudo populações em situações vulneráveis, onde se incluem pessoas com VIH, imigrantes, pessoas em situação de sem-abrigo ou em reclusão, pessoas com dependências e pessoas com exposição ocupacional à sílica.
Segundo os dados do relatório, em 2022 foram notificados 1518 casos de tuberculose em Portugal, 1403 novos casos e 115 retratamentos, correspondendo a uma taxa de notificação de 14,5 casos por 100 mil habitantes, tendo-se registado 91 mortes por tuberculose (8,6% na totalidade dos casos notificados).
Em 2022:
- A região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Norte foram as que registam maior incidência (com 17,8 e 15,8 casos por 100 mil habitantes, respetivamente).
- Os homens continuam a ser mais afetados do que as mulheres (65,7% do total de casos notificados em 2022), especialmente na idade adulta.
- 3,3% do total de casos ocorreram em crianças e adolescentes com idade inferior a 15 anos.
- 76,7% dos casos notificados foram testados para VIH (83,9% em 2021) e 9,3% apresentavam coinfeção TB/VIH.
- O sucesso terapêutico ocorreu em 77,1% dos casos notificados.
De acordo com o referido relatório, a taxa de notificação no concelho de Mafra, ou seja, o n.º casos registados entre 2018 e 2022, foi de 43 casos (9,86 % por 100 mil habitantes 2018-2022). Já no concelho de Torres Vedras foi de 48 casos (11,49% por 100 mil habitantes 2018-2022).
Na Região Lisboa e Vale do Tejo, os 10 concelhos com maior número de casos entre 2018 e 2022 foram: Lisboa (663), Sintra (439), Loures (320), Amadora (296), Odivelas (250), Almada (197), Cascais (180), Oeiras (161), Seixal (158) e Setúbal (143).
Em 2022, a Tuberculose causou a morte de 1,3 milhão de pessoas no mundo.
A nível mundial o tema do Dia Mundial da Tuberculose de 2024 é: “Sim! Nós podemos acabar com a TB!”. Este tema “transmite uma mensagem de esperança de que é possível mudar a tendência da epidemia de tuberculose por meio de liderança de alto nível, aumento de investimentos, adoção mais rápida das novas recomendações da OPAS/OMS e implementação de inovações, ação acelerada e colaboração multissetorial”.
Sobre a doença
O que é a tuberculose?
A tuberculose é uma doença infeciosa, que se transmite, sobretudo, por via inalatória, ou seja, pela inalação de gotículas expelidas pela pessoa doente quando tosse, fala ou espirra. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. É uma doença grave, mas potencialmente curável.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da doença são os seguintes:
- tosse persistente há mais de 2 a 3 semanas
- cansaço
- emagrecimento
- suores noturnos
- aumento da temperatura corporal ao final do dia (febrícula vespertina)
Na tuberculose pulmonar, os principais sintomas são:
- cansaço fácil
- perda de apetite
- fraqueza
- emagrecimento
- suores noturnos
- febre habitualmente baixa, ocorrendo predominantemente ao final do dia e noite
- tosse persistente, frequentemente com expetoração amarelada ou esverdeada e que pode conter sangue
A tuberculose extrapulmonar apresenta queixas muito variadas, dependentes do órgão atingido.
Como se transmite?
A tuberculose transmite-se principalmente por via aérea, através da inalação de gotículas, expelidas pela pessoa doente quando respira, tosse, fala ou espirra.
Qual é o tratamento da tuberculose?
Habitualmente, o tratamento da tuberculose é feito através da administração, por via oral, de medicamentos (antibacterianos de primeira linha), fornecidos gratuitamente nos Centros de Diagnóstico Pneumológico, unidades de saúde diferenciadas na área da tuberculose.
A duração mínima do tratamento é 6 meses e a máxima pode atingir os 24 meses. Ainda assim, a duração fica à responsabilidade do médico, que avalia caso a caso em função da gravidade e evolução clínica da doença.
Existe vacinação para a tuberculose?
Em junho de 2016, dada a evolução epidemiológica da tuberculose em Portugal, foi decidido alterar a estratégia de vacinação com BCG em Portugal e passaram a vacinar-se apenas as crianças com fatores de risco individuais ou comunitários para a tuberculose.
[Imagem: SPP]